O universo de uso de soluções IoT para Casas Inteligentes (Smart Homes) ninguém duvida ser algo já visível e com grande potencial de expandir significativamente nos próximos anos.

Em mercados realmente mais maduros como Estados Unidos e parte da Europa e Ásia, já atingem bilhões em valores e milhões em dispositivos. Por aqui, ainda é muito incipiente, mas você não surpreende mais com anúncios de lançamentos de imóveis (a partir de médio padrão), com fechaduras digitais, tomadas inteligentes, lâmpadas e interruptores, preparados para serem conectados, entre outros elementos de automação.

 
Cabe uma ressalva em nossa dimensão local: na verdade temos muita presença de automação em imóveis residenciais e comerciais. Porém, o conceito de Casa Conectada, cujo destaque é unir equipamentos e componentes da casa, a real dimensão proposta da união entre dispositivos conectados, com efetiva inteligência que se adapta às condições externas e internas e que possam alterar um padrão de funcionamento de um equipamento, por exemplo, é inexpressiva ainda.

Mas calma, pois isso na verdade não é um problema e sim uma oportunidade como nos mostrou ser a experiência em mercados mais maduros!

E podemos até ter uma etapa antecipada dessa maturidade, vejamos:

1. Os sistemas ou talvez melhor reescrito como ecossistemas são predominantes de iniciativas individuais de grandes fabricantes que criaram kits como Google (Assistant), Amazon (Alexa), Apple (Homekit), Samsung Electronics (SmartThinks) e cada um sem interoperabilidades entre seus componentes. Um exemplo, um termostato que possa ser ótimo do kit do Google não fala com que tem um kit da Alexa;
As conexões sem fios deste universo também multiplicaram-se: Wifi, Bluetooth, Threat, Zigbee, Zwave, entre outros criando complexidade de integração e retardando também este processo de massificação;

E aqui pode surgir, a esperança de solução desta equação:

um novo padrão de unificação para o Smart Home, o Padrão MATTER.

Sua constituição é um esforço coordenado pelo CSA (Connectivity Standards Alliance) por sua vez antes conhecida como Zigbee Alliance, e reúne cerca de 200 empresas que atuam em toda cadeia de fornecimento para o ecossistema Smart Home (Google, Apple, Amazon, Samsung, Phillips, Ikea, Infineon, Schneider, Huawei, Texas entre outras).

Esse padrão sobre IP, possui um SKD aberto permitindo uma plataforma de fácil integração a novos entrantes, bem como a tão sonhada interoperabilidade entre as opções de mercado que serão comissionadas (validadas) neste padrão.  Esquematicamente:

Em síntese, encontraremos:

1. Todos os ecossistemas usando modelos de dados e interações de dispositivos comuns;
   
2. Segurança comum de dispositivos, redes e mensagens
   
3. Processo comum de comissionamento (validação)
   
4. O fabricante do dispositivo não precisa mais customizada para cada ecossistema
   
5. O consumidor tem à sua escolha de aplicativos de Smart Home
   
6. O consumidor pode conceder acesso a outros Ecossistemas (exemplo Apple para Android)
   
7. Ponte padrão Zigbee para interoperabilidade pode ser construída para outros sistemas não-Matter

O padrão Matter eleva o nível de Segurança e Privacidade do IoT nas aplicações de Casas Inteligentes.

Como destaque:

• Validação de que cada dispositivo é autêntico,
  
• Certificado e pertence a aquela rede doméstica associada;
  
• Controles de acesso com maior verificação evitando que acesso não autorizados sejam descartados;
  
• Atualização de software padrão mais automáticas
  
• Introdução da tecnologia Blockchain para dentro da residência pois as informações são atualizadas através do Distributed Compliance Ledger.

A despeito de prazos anteriores não cumpridos, a promessa é a liberação da versão Matter 1.0 no último trimestre deste ano, em conjunto com o anúncio em massa de uma nova leva de dispositivos com este padrão pela indústria, tais como na Iluminação/Elétrica, nas Persianas (Shades ou Automatizadores), Segurança (Câmeras), Controladores de Climatizadores, Controles Acesso, TV’s, Hub e Bridges.

Um desafio aqui, na figura do copo meio cheio meio vazio, por um lado os consumidores tendem a ganhar muito com este padrão em seu consumo de dispositivos de Casas inteligentes, e por outro, uma eventual comoditização destes equipamentos afugentando a longo prazo fornecedores mais tradicionais, bem como, entender a participação dos fabricantes chineses neste novo padrão, dado sua significativa expertise produtiva atual neste universo de oferta de dispositivos para Casas.

Bem, agora aguardar este breve cronograma e ficar antenado!

Nós aqui da Tudo Sobre IoT vamos acompanhar de perto e atualizar este cenário periodicamente.